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Medidas Preventivas e Corretivas no Controle de Pragas

Pragas podem se instalar e gerar danos materiais significativos em casas, fábricas, restaurantes e lavouras. Após a Segunda Guerra Mundial começou-se o uso de agrotóxicos e o extermínio de pragas com o uso de substâncias químicas oriundas da indústria de armas da guerra, porém, a utilização indiscriminada dos praguicidas químicos, geralmente promove efeitos colaterais. Assim, falhas nas técnicas de aplicação, o uso de equipamentos inadequados ou a falta de seleção criteriosa dos princípios ativos podem levar a reduções aparentes de focos, os quais ressurgem após períodos de descontinuidade dos cuidados iniciais, como também, concentrações dos produtos abaixo ou acima do recomendado pelos profissionais responsáveis acarretam em longo prazo, adaptação das pragas aos efeitos tóxicos, isso ocorre quando não existe um rodízio corretamente programado de princípios ativos.

Dessa forma, o anseio por um equilíbrio de ações- que pudesse ser aplicado em áreas urbanas e industriais- levou ao CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS URBANAS, o qual preconiza um trabalho abrangente, ao incorporar recomendações preventivas e corretivas. As medidas preventivas compreendem a trabalhos de educação das pessoas e à implementação de Boas Práticas de Fabricação, que corresponde a um conjunto de normas importantíssimas na indústria de alimentos, fármacos, cosméticos e afins.

A aplicação do Programa de Controle Integrado de Pragas prevê um conjunto das medidas acima descritas, as quais visam a eliminar ou a minimizar os riscos de ocorrência de insetos, roedores e pragas de grãos.

As recomendações, de forma geral, são as seguintes:

1) As instalações não devem ter:

• Possíveis pontos de entrada de insetos no ambiente, como falhas de vedação em tubulações, ralos sem proteção, portas e janelas mal vedadas, etc.;

• Azulejos mal assentados ou quebrados;

• Acúmulo de água em drenos, ralos ou caixas de inspeção;

• Vazamentos em dutos de água e torneiras;

• Falhas na manipulação e guarda de lixo;

• Presença de entulho, materiais fora de uso, caixas e embalagens mal armazenadas;

• Mato e gramas não aparados;

• Estrados com presença de infestações por cupim ou broca;

2) Lâmpadas fluorescentes das áreas externas próximas às portas devem ser trocadas por luz de sódio, que emitem menos radiação ultravioleta e atraem menos insetos;

3) Lâmpadas de luz de mercúrio podem ser utilizadas externamente desde que longe de portas, agindo como atrativas de insetos noturnos voadores para longe do local desejado;

4) Nas áreas de estocagem, deve-se manter distância mínima de 30 cm entre as paredes e os pallets de produtos; entre o piso e os pallets (estrado ou plataforma produzido de madeira, plástico ou metal), tomar distância mínima de 20 cm;

5) Quaisquer sinais de roeduras, fezes, trilhas, pegadas e ninhos de roedores devem ser notificadas, bem como carcaças de insetos, penas, ovos, odores de pragas, etc.;

6) Locais de acesso de pessoas/ funcionários devem ter telas ou cortinas plásticas;

7) Não devem existir resíduos que sirvam de alimento a aves, roedores e insetos;

8) Devem ser desenvolvidos programas de limpeza e higiene junto aos funcionários, familiares e comunidade;

9) Poeira e materiais deteriorados devem ser retirados;

10) Armadilhas luminosas devem ser providas de bandeja ou adesivo que previna queda de insetos eletrocutados nos equipamentos;

11) Armadilhas de mola ou adesivas devem ser instaladas em bases próprias que evitem contaminação do ambiente pela praga capturada;

12) Ao instalar ratoeiras, aplicar com antecedência inseticida contra os ectoparasitas (pulgas, carrapatos) que habitam no rato e irão contaminar áreas limítrofes quando da captura (após a morte do rato, seus parasitas procurarão outro);

13) Para o aprisionamento, empregar recipientes próprios, sinalizados e mapeados para evitar acidentes, instalados em áreas de não produção (áreas de armazenagem, escritórios);

14) Elaborar um manual técnico, o qual é obrigatório,de forma a registrar todas as atividades, responsabilidades, históricos e ações corretivas do programa paracontrole de pragas;

15) Quaisquer produtos utilizados no combate às pragas devem ser armazenados em local isolado, identificado e com acesso controlado;

16) Quaisquer produtos empregados devem ter registro liberado pelo órgão técnico federal (DISAD) para uso;

17) O lixo deve ser devidamente acondicionado e retirado com frequência;

18) Não devem haver juntas de mais de 1 cm nas portas;

19) É recomendável o uso de cortinas de ar nos acessos para pessoas;

20) São proibidos gatos, cães, etc.;

21) Dispor de um técnico conhecedor dos princípios ativos presentes nos pesticidas, de modo a não utilizar produtos de alta toxicidade;

22) Nos casos de fumigação, atentar para todos os requisitos de segurança necessários. Fumigação é um tipo de controle de pragas através do tratamento químico realizado com compostos químicos ou formulações pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis (no estado de vapor ou gás) em um sistema hermético, visando à desinfestação de materiais, objetos e instalações que não possam ser submetidas a outras formas de tratamento;

23) Evitar árvores e postes ao lado de armazéns. As árvores servem de abrigos a muitos tipos de insetos e os postes atraem insetos voadores com a sua luz;

24) Deve existir boa iluminação em todas as áreas;

25) Os produtos armazenados devem obedecer ao PEPS (isto é, o primeiro que entra é o primeiro a sair), a fim de ficarem pouco tempo armazenados;

26) Devem existir limpeza e inspeção diárias na área de armazenagem;

27) A temperatura e ventilação de silos devem obedecer às recomendações técnicas para cada produto, bem como a umidade dos materiais armazenados e a umidade relativa do ar;

28) Quaisquer indícios de casulos e teias, larvas, fungos ou traças, trilhas e grãos atacados devem ser notificados;

29) Linhas de esgoto e efluentes devem ser totalmente isoladas;

30) Paredes e superfícies devem ser lisas com juntas de dilatação;

31) Não devem existir sacarias (grande número de sacos) abertas com vazamento de produtos;

32) Alicerces devem ser providos de chapas metálicas nas junções com as paredes, onde o acesso de roedores seja viável;

33) Devem ser afastados das imediações: aterros sanitários, matadouros, pântanos, águas paradas, criadouros de porcos, lagoas de decantação com material orgânico decomposto, etc.;

34) Em reformas ou demolições, prever a migração de pragas e preparar-se para isso;

35) Veículos e embalagens recebidos devem ser inspecionados;

36) A melhor isca é o roedor que determinará, ficando atento à preferência de iscas por ele ingeridas, como opções citam-se: toucinho, salame, mortadela, maçã, banana, melão, manteiga, batata-doce, queijo, mamão, etc.;

37) Cereais e grãos em sítios devem ser avaliados com frequência para detecção de ovos de caruncho, besouros, gorgulhos, etc.;

38) Manter estreito contato técnico com os laboratórios e fabricantes de praguicidas para trocar informações e atualizações sobre os produtos;

39) Silos, paióis, tulhas e armazéns devem ser periodicamente esvaziados, limpos, higienizados, desinsetizados e secos;

40) Áreas de enchente e passíveis de inundações devem ter monitoramento de casos de leptospirose (doença causada por bactéria presente na urina de ratos infectados); áreas com morcego, controle contra a eventual espécie hematófaga (que se alimenta de sangue);

41) Roedores mortos devem ser incinerados ou enterrados;

42) Divulgar a educação sanitária a todos os envolvidos com a fabricação e operações de produtos alimentícios.

43) Atender a toda legislação pertinente.

As medidas corretivas, por sua vez, compreendem à instalação de barreiras físicas que impeçam o acesso das pragas e à colocação de armadilhas para captura e identificação das espécies infestantes.

O controle químico, apesar da ênfase maior em ações preventivas, também está presente, mas com um papel coadjuvante de complementar as orientações de limpeza e higiene.